FAFY SIQUEIRA
entrevista concedida a Carlos Eduardo F.Bittencourt para o
Grupo Um Milhão de Amigos

08.05.2001




A atriz e comediante Fafy Siqueira nunca escondeu do público o seu carinho por Roberto Carlos.
Ela faz questão de afirmar que é fã de carteirinha do Rei
e que é uma das milhares de sócias do Grupo Um Milhão de Amigos.
Fafy é considerada, sem margem de dúvida, quem melhor imita Roberto Carlos.

* Fafy quando você conheceu Roberto Carlos e como começou a sua admiração pelo Rei?
"FS" – Eu posso dizer que começou desde que eu era criança, já que nasci em 1954 e comecei a gostar do Roberto quando a música “Malena” começou a fazer sucesso. “Malena” foi gravada em 1962, portanto eu tinha 8 anos de idade. Eu morava ao lado da Rádio Globo, que era na Rua Irineu Marinho, no Centro, e me lembro que ele tinha um Fusca branco. O meu pai tinha um estabelecimento que era metade bar e metade armazém na esquina da Rua Irineu Machado com a Rua Santana, e quando “Malena” foi lançada o pessoal do fã-clube do Roberto ligava do telefone do armazém do meu pai para o programa do Luiz de Carvalho, “Peça bis pelo telefone”, pedindo que tocassem a música do Roberto Carlos. Como vocês podem observar eu sou fã do Roberto Carlos desde bem antes da Jovem Guarda.

* Roberto chegou a freqüentar o bar do seu pai?
"FS" – Quase sempre quando ia à rádio ele passava por lá para comer um sanduíche. Com certeza ele deve se lembrar. Ele sempre estava acompanhado do Luiz Carlos Ismail, que hoje faz parte do coral do RC-9, e do Erasmo Carlos. Como ao lado da Rádio Globo ficava a Revista do Rádio, o bar sempre foi muito freqüentado por artistas. Como eu era criança, ficava maravilhada com aquelas pessoas famosas que sempre passavam por lá, mas o Rei sempre foi o meu grande ídolo.

* Então você já o conhecia, já eram amigos?
"FS" – Só de vista, e como qualquer fã cheguei a ter um autógrafo, mas não tinha intimidade. Ele sempre foi muito simpático, sempre nos cumprimentava. Eu também ligava para o programa do Luiz de Carvalho pedindo que tocassem a música do Roberto Carlos. Sempre tive apoio dos meus pais, que também gostavam muito dele. Lá em casa havia um carinho muito grande por ele, tanto é que meu pai nunca cobrou dos fãs do Roberto os telefonemas que davam para a rádio. Meu pai falava que o Roberto era um rapaz muito bonzinho. Eu tenho orgulho disso e posso dizer que gosto do Rei desde que eu me conheço por gente. Foi uma admiração que começou muito cedo e nunca se interrompeu. Ele sempre estava em minha vida.

* Os fãs também iam ao bar do seu pai na expectativa de encontrar o Roberto Carlos?
"FS" – Ele já tinha muitos fãs, na época estava começando um grande movimento em torno de um rapaz que tinha estourado nas paradas de sucesso com a música “Malena”. Foi assim que Roberto começou a ser conhecido pela mídia.

* Já dava para imaginar que Roberto faria tanto sucesso?
"FS" – Eu era muito pequena e não tenho ideia disso, mas eu percebia que o Roberto tinha algo especial. Eu tinha oito anos e só me lembro que gostava muito dele. Mas eu acho que o grande sucesso dele veio com a Jovem Guarda.

* E da Jovem Guarda, o que você se lembra?
"FS" – Eu posso falar que vivi toda a geração da Jovem Guarda, tive tudo que foi lançado. Eu tinha o bonequinho, tinha boné, roupas, ainda tenho a coleção de livros “Roberto Carlos em Prosa e Versos”, que é uma verdadeira raridade. De todos os discos do Rei eu só não tenho o primeiro, o “Louco por você”. Quando criança eu era muito levada e uma vez minha mãe me deixou de castigo sem ver o programa, o que foi a pior coisa da minha vida. Acho que foi aí que passei a me comportar, pois temendo ficar sem ver o “Jovem Guarda” eu nunca mais fiz arte. Eu sei tudo da Jovem Guarda e na medida do possível ainda hoje faço coleção de tudo o que é lançado, livros, discos... Para mim a Jovem Guarda foi o movimento tão importante quanto os Beatles na Inglaterra.

* Essa admiração era pelo pessoal da Jovem Guarda em geral ou só pelo Roberto Carlos?
"FS" – Eu gostava da Jovem Guarda em geral, de todos eles, mas o Rei era o Rei. Eu tinha alguns discos dos outros cantores, do Leno & Lilian de que também gostava muito, mas fazia loucuras pelo Roberto.

* Você chegou a ir aos programas?
"FS" – Em São Paulo, não. Mas uma vez eles se apresentaram no Teatro Carlos Gomes, aqui no Rio, e eu fui ver. Meu pai também chegou a me levar à gravação de um programa na TV Rio.

* Quais são as lembranças que você tem dessas apresentações?
"FS" – Era uma verdadeira loucura, mas uma loucura saudável, sem violência, uma coisa ordenada. Isso mostra que Roberto sempre foi um cara iluminado. Embora ele seja uma pessoa que arraste multidões, sempre teve tudo muito bem organizado à sua volta, mesmo naquela época com tanta garotada. Havia pessoas que tomavam conta do teatro, do auditório, mas não eram seguranças como os de hoje, todos fortes, armados. Na época não havia necessidade. As moças enlouqueciam, jogavam presentes no palco, até mesmo os rapazes adoravam o Roberto. Eu tenho amigos que ainda são fãs do Roberto e incentivam seus filhos a gostarem do Rei. Naqueles anos tudo era muito mais romântico, sem violência. A turma se ligava em música, não era agressiva.

* E o primeiro show do Roberto que você assistiu, quando foi?
"FS" – Foi em Petrópolis, no Quitandinha, um tinha uns treze ou quatorze anos. Roberto estava lançando a música “Eu te amo, te amo, te amo”, em 1968, não foi? Meu pai era sócio do Quitandinha, um clube muito chique, o auditório com cadeiras de veludo. Como eu disse antes não tinha vândalos. Imagine hoje você fazer um show de rock com cadeiras de veludo! O problema era que no Quitandinha não tinha lugar marcado, e minha família estava sentada atrás. Ali eu não ia ficar nunca. Fiz amizade com uma pessoa que estava sentada na primeira fila e fiquei sentada “colada” no palco. No final do show eu burlei a segurança e subi no palco. O Roberto foi super gentil e me deu um beijo.

* Como você começou a imitar o Roberto Carlos?
"FS" – Isso vem desde criança pois eu sempre gostei de imitar todo mundo. Em casa imitava meus pais, meus tios, os amigos dos meus pais e também imitava o Roberto. Na segunda-feira, dia seguinte do programa “Jovem Guarda”, todo mundo no colégio comentava o programa, os gestos que eles fizeram, as roupas, a cor do cabelo da Wanderléa, já que toda garota queria ter aquele cabelo. E eu começava a imitar o Roberto cantando, os gestos e as gírias que ele havia usado, e todos comentavam que eu o imitava igualzinho. Foi assim que tudo começou.

* É difícil imitar Roberto Carlos?
"FS" – Para mim não é difícil, porque sou tão apaixonada por ele que é uma coisa natural. O Roberto tem características bastante especiais e marcantes que, para um imitador que estude o artista, facilita muito a imitação. Há pessoas que são inexpressivas, que não têm determinadas características para se imitar, mas eu acredito que fico igual ao Rei, pois ultrapassa um pouco do profissionalismo. O Roberto e o Ronald Golias são pessoas que têm uma ligação forte com a minha alma, por isso é que me sinto bem ao imitá-los. Sempre que me preparo para imitar Roberto Carlos eu faço uma oração por ele e acho que isso reverte em benefício para ele e também para mim. É aí que cada vez fico mais apaixonada pelo Rei.

* Você se considera a imitação mais perfeita do Roberto Carlos, como ele próprio já disse?
"FS" – Não sei se sou a imitação mais perfeita, mas outro dia ao ver o vídeo da participação que fiz no programa da Ana Maria Braga, por ocasião do aniversário do Rei, eu me surpreendi. Quando ele era casado com a Myrian Rios, um dia ela foi ver o meu show e também ficou surpresa, chegando a dizer que parecia que estava vendo o marido no palco.

* Como você conseguiu a pulseira igual a do Roberto?
"FS" – Fui buscando, procurando nas lojas. Além da pulseira bem largada no braço eu também uso uma água no paletó igual a que ele usava uns anos atrás. Eu sei até quem deu a pulseira de presente para ele, foi o Evandro Ribeiro, diretor-presidente da antiga CBS. Eu cheguei a conhecer o Evandro na época do bar do meu pai.

* É verdade que você se reencontrou com o Roberto Carlos, já famosa, há pouco tempo?
"FS" – É, foi no show que ele fez em benefício do Retiro dos Artistas, em 1999. Foi numa fase em que ele estava muito feliz porque tinha havido uma melhora no quadro de saúde da Maria Rita, mas a gente percebia que ele estava com pressa de acabar o show e voltar para casa. O meu empresário, Marcelo Saigon, me levou até onde estavam os artistas e lá reencontrei vários amigos como o Luiz Carlos Ismail, o Eduardo Lages e alguns músicos do Roberto, mas nem passava pela minha cabeça que iria encontrá-lo, porque a produção já havia avisado que ele não iria receber ninguém. Mas quando acabou o show, o Marcelo me levou para uma sala e fiquei lá uns dez minutos. De repente o Roberto Carlos entrou, e eu disse: “não estou acreditando!” E ele entrou logo falando: “Pó, até que enfim, né!” Aí não me seguirei e pendurei no pescoço dele, comecei a chorar, falei tantas coisas para o Roberto que se você perguntar hoje o que disse eu nem sei. Só sei que ele também ficou emocionado, com os olhos cheios d’água. Imagine que o Roberto perguntou se eu queria tirar uma foto com ele. Você acha que eu iria recusar? Como eu estava com os olhos muito vermelhos de tanto chorar, ele mandou eu passar um pó. Tiramos duas fotos e ele ainda me deu uma rosa e uma camiseta do show. Depois o Roberto me abraçou muito, e nunca me esqueço das palavras dele, dizendo que eu era a pessoa que o imitava melhor porque eu tenho um carinho muito grande por ele. Então o Rei percebe que eu não o imito somente por profissionalismo. Há o carinho que eu tenho por ele, algo do coração. Fico feliz porque ele percebe isso.

* Vocês chegaram a conversar sobre o passado, quando ele freqüentava o bar do seu pai?
"FS" – Não, com certeza o Roberto deve se lembrar do bar do meu pai, na Rua Santana, mas de mim não, porque eu era muito pequenininha.

* O que o Roberto te transmite como pessoa?
"FS" – Humildade, e para mim humildade significa tratar as pessoas como têm que ser tratadas, como seres humanos, com dignidade. Ninguém pode falar nada sobre a vida do Roberto, ele trata bem todo mundo, independente da classe social ou de status. Infelizmente eu vejo artistas, cantores e até mesmo humoristas que fazem um pouco de sucesso e já se acham o máximo. O Roberto não; ele é um cara amigo, simples, não é à toa que até hoje é conhecido como Rei e sabe conviver muito bem com essa hierarquia. Ele é um ser humano da muita luz e é por isso que ele é ídolo de várias gerações. Eu tenho um sobrinho de dez anos que a imitação que ele mais gosta das que eu faço é a do Roberto, e quando eu apareço no palco caracterizada de Roberto Carlos ele fala para o pai: “Olha lá, pai, aquele cara que canta de branco no final do ano”. Quando o Roberto aparece na televisão ele pergunta para o pai se é a dinda ou se é o Rei. Roberto é Rei porque é um cara verdadeiro, e só alguém totalmente verdadeiro é que consegue atravessar tantas gerações e ser sucesso fora do seu país. Então, para mim o Roberto Carlos como ser humano é a verdade personificada; ele é humilde, ele é o que todo mundo tem que ser. Quando alguém me pergunta o que tem que fazer para ter sucesso, eu digo logo para tentar ser como o Roberto Carlos.

* Como artista, o que ele te transmite?
"FS" – Eu acho o Roberto Carlos tão importante quando o Beethoven, Beatles, Tchaikowsky, Chopin e muitos outros. O Roberto é uma pessoa clássica, um artista clássico, e deveria ser inclusive incluído dentro das faculdades de música. Ele tem uma harmonia simples mas difícil de fazer, como o João Gilberto.

* Você é uma pessoa famosa, que tem um ídolo, mas muitas pessoas famosas têm certo pudor em falar de seus ídolos. Como você encara isso?
"FS" – Falta de humanidade, achar que vai conseguir ser famosa pelos seus próprios esforços. Outro dia saí na rua com uma camiseta da Xuxa, uma grande amiga minha e não escondo isso. Mas tem gente que tem vergonha, tem pudor em admitir que pode ter um ídolo. Mas nem todos são assim. Eu vejo a Hebe Camargo, um dos nomes mais importantes da história da televisão, que é uma pessoa também humilde, que não esconde de ninguém que é fã do Roberto Carlos. O próprio Roberto vive citando os seus ídolos e as pessoas que foram importantes na sua carreira. Eu já recebi manifestações carinhosas da Xuxa, da Fernanda Montenegro, da Marília Pêra, e se essas pessoas com quem aprendo no dia-a-dia, elogiam o meu trabalho, porque eu não vou falar que sou fã de Roberto Carlos? Eu não tenho o menor pudor e falo mesmo para o Roberto que o amo, que sou sua fã e que acho o maior barato ter uma carteirinha do Grupo Um Milhão de Amigos.

* Qual a sua música preferida do Roberto Carlos?
"FS" – “Emoções”, que acho uma das músicas mais bonitas compostas em todos os tempos no Brasil. “Nossa Senhora”, que gostaria muito de ter feito, e “Do fundo do meu coração”, que é a música brasileira romântica de que mais gosto.

* Se tivesse que gravar um disco com dez músicas do Roberto, qual seria o repertório?
"FS" – “Emoções”, “Do fundo do meu coração”, “Nossa Senhora”, “Café da manhã”, “Todos estão surdos”, “Jesus Cristo”, “Proposta”, “De tanto amor”, “Tente esquece” e “As baleias”. Poderia também colocar “Malena” pela importância que ela teve na minha vida.

* Tem algum disco do Roberto que te marcou especialmente?
"FS" – O disco que ele lançou em 1971, que tem “Detalhes”, e o “Inimitável”, sendo até engraçado, eu que imito o Roberto Carlos considerá-lo um dos seus melhores discos. Eu sei que esse disco de trás para a frente e uma das músicas de que mais gosto é “Madrasta”, uma das canções menos divulgadas da carreira do Roberto e que só os fãs de carteirinha conhecem.

* Fafy, você é compositora e já teve muitas músicas gravadas por vários artistas. Nunca fez uma música para Roberto Carlos gravar?
"FS" – Eu já pensei nisso várias vezes e uma vez eu fiz uma chamada “Ama Amazônia”. O curioso é que ela foi feita em 1988, e no ano seguinte Roberto gravou “Amazônia”. Mas na época a Andréa Veiga, que foi a primeira paquita da Xuxa, iria lançar um disco e a Marlene Matos ouviu a música e pediu para lançar com a Andréa. Ela chegou a gravar, mas como sua carreira não teve prosseguimento, a música está praticamente inédita. E eu acho “Ama Amazônia” uma música que é a cara do Roberto Carlos. É um hino de louvor bem diferente de “Amazônia”, que ele gravou; a minha tem uma conotação mais romântica.

* Quando você compõe, você tenta se mirar no Roberto Carlos?
"FS" – A minha parceira, a Sarah Benchimol, que hoje se chama Sarah Rafael por causa de seu anjo da guarda, também é alucinada pelo Roberto. Todas as músicas românticas que fazemos tomamos como base o Roberto Carlos e quando terminamos sempre vem logo à nossa cabeça uma pergunta: “Será que Roberto gravaria?” Não dá para evitar esse sonho.


"FS" – Ele se saiu muito bem, ainda mais que nos dois primeiros filmes fez o papel dele mesmo. Só no terceiro filme é que interpretou Lalo, um personagem, e não mais ele mesmo. Roberto sempre foi muito espontâneo, e deu conta do recado direitinho.

* Você já fez alguma loucura por Roberto Carlos?
"FS" – Já. No ano passado peguei um avião e fui até Porto Alegre participar de um leilão de relíquias de pessoas famosas. Eu paguei uma boa grana para ter o disco “Pedro e o Lobo”, uma fábula narrada por Roberto Carlos. Eu soube que o disco seria leiloado e fui a Porto Alegre só para comprá-lo. Você não considera uma loucura? Agora mesmo uma colecionadora de São Paulo me ligou dizendo que conseguiu para mim um bonequinho do Roberto Carlos lançado na época da Jovem Guarda. Eu tinha esse bonequinho mas perdi, agora essa colecionadora conseguiu um outro. Não sei por quando ela irá me vender, mas sei que vou comprar.

* No ano passado Roberto passou por uma fase difícil e ficou um ano afastado do público. É difícil para o artista separar a sua profissão do lado pessoal?
"FS" – É difícil, é muito difícil, as pessoas não podem misturar as coisas. Por mais que você tente separar a sua profissão do lado pessoal não dá, principalmente no caso do Roberto Carlos que viveu uma fase muito crítica em sua vida. Tem um momento que é complicado na vida de cada um, a gente tem que se isolar para voltar a dar para as pessoas aquilo que elas estão esperando da gente. O artista é um ser humano como outro qualquer. Roberto não é um super-homem e tinha que recarregar toda a sua energia para poder dar de volta a energia que nos dá. Roberto Carlos tinha que se isolar, sim, parar para conversar com Jesus, com suas plantinhas, só voltar no momento em que achasse que tinha que voltar. É uma obrigação do artista se resguardar para poder dar ao seu público o que ele quer e precisa.

* E as críticas da imprensa ao Roberto?
"FS" – Ele está mais do que certo em não ouvir essas críticas. Já me entrevistaram várias vezes perguntando se ele não tinha que mudar, fazer algo diferente. O Roberto não tem nada que mudar, tem que continuar sendo o que é. Eu quero o Roberto da forma que é, cantando as mesmas músicas românticas. Se ele conseguiu ser famoso assim, por que mudar?

* Fale um pouco da religiosidade do Roberto. O que as mensagens dele lhe transmitem?
"FS" – Tudo, porque sou igualzinha ao Roberto. Apesar de ser kardecista faço parte do fã-clube de Nossa Senhora, e todo 13 de maio eu participo da procissão de Nossa Senhora de Fátima. Infelizmente esse ano eu não vou poder ir porque fraturei o dedo do pé. A renda do meu show no dia 13 de maio foi para a Igreja de Nossa Senhora de Fátima. Sempre se no dia 13 de maio eu tiver que fazer shows fora do Rio, eu só aceito se puder viajar depois da procissão.Também sou devota de Santo Expedito. Então essas mensagens todas que o Rei grava sobre a sua fé eu respeito muito, porque sou muito religiosa.

* Alguma música do Roberto Carlos já te ajudou a superar momentos difíceis da vida?
"FS" – Em 1999 eu passei por um momento muito difícil, de depressão. Agora, você imagina, eu que vivo do humor, em depressão. E além dos médicos, o que me ajudou a superar isso foi a minha fé, meu Santo Expedito, Nossa Senhora Desatadora dos Nós... Se não fosse a minha fé eu estaria com problemas até agora, porque só a medicina não adianta. Por isso a música “Nossa Senhora” tem uma importância muito grande na minha vida. “Jesus Cristo” também foi muito importante porque quando eu era jovem eu tocava violão na missa, umas músicas meio sem-graça, e me lembro que quando Roberto Carlos lançou “Jesus Cristo” eu resolvi cantá-la. Eu não sabia qual seria a reação das freiras ao me ouvirem cantar uma música popular na igreja, até pensei que elas iriam me deixar de castigo. Mas as pessoas gostaram e até a Irmã Maria Helena Jacobina ficou emocionada e passou a me incentivar a cantar “Jesus Cristo” nas missas.

* Você como qualquer fã, fica na expectativa do lançamento de um novo disco do Roberto Carlos?
"FS" – Como qualquer fã eu fico procurando notícias sobre o disco nos jornais, quando vai ser lançado, e tenho até amigos que trabalham em lojas que me ligam quando o disco chega. Aí eu mando o motorista comprar. Há pouco tempo quando foi lançada a caixa de CDs remasterizados o meu amigo me ligou dizendo que a coleção tinha chegado, mas eu não comprei porque estava fazendo a direção musical de uma peça do Raul Gazolla, dirigida pelo Roberto Talma, que toda a trilha sonora era de situações envolvendo músicas do Roberto. Como eu estava precisando das músicas do Rei, o Sony me mandou de presente uma caixa, o que foi ótimo porque economizei uma grana.

* Qual a sua expectativa para o disco acústico que o Roberto gravou e irá lançar em breve?
"FS" – Eu acho que vai ser um dos discos mais importantes da carreira do Roberto, um disco que todos esperam. Sem dúvida que Roberto no palco é imbatível, inclusive um dos seus discos que mais gosto é o ao vivo, gravado no Canecão. Tenho certeza de que o acústico vai nos passar uma troca de energia muito grande entre ele e os fãs.

* Tem alguma música que você gostaria de ver no disco acústico?
"FS" – “As curvas da Estrada de Santos”. Existem gravações maravilhosas dessa música, inclusive uma da Elis Regina, mas o Roberto canta como ninguém. Também tem uma versão muito bonita da Paula Toller no disco-tributo “Rei”. Eu acho aquele disco muito bonito, uma linda homenagem feita a Roberto Carlos, o Frejat foi de uma felicidade muito grande. Eu gostaria muito de ver “As curvas da Estrada de Santos” no disco acústico.

* Como um artista tão famoso como Roberto deve se sentir recebendo críticas destrutivas e desrespeitosas?
"FS" – Um artista só tem que pensar nos fãs. Por que o Roberto, que faz sucesso há tantos anos tem que mudar para agradar alguns imbecis? Falam demais do Roberto porque falar dele dá ibope. Eu me lembro de uma vez em que a Adriana Calcanhoto, que também é fã dele, disse que não quer que ele mude em nada, quer que o Roberto continue sendo exatamente do jeito que ele é. É claro que os discos nunca têm dez músicas maravilhosas; eu que sou artista sinto que há dias em que determinados quadros meus estão sem graça. O Roberto tem que cantar sempre enaltecendo o amor, falando de sua fé, isso não pode mudar, pode até ser a mesma coisa para os críticos, mas é isso que nós queremos. Eu quero ver o Roberto com aquele mesmo cabelo, com aquele mesmo terno azul, com aquela mesma pulseira. Eu quero vê-lo do jeito que ele é, eu não quero que ele mude em nada, que me desculpem os críticos. Eu respeito as pessoas que são pagas para dar opinião, mas essa é a opinião deles, não a minha, e muitas vezes o que é bom para a crítica não é bom para mim.

* As pessoas te param na rua para você imitar Roberto Carlos?
"FS" – O tempo todo. Tem gente que me chama de Roberto Carlos. Mexem comigo e falam como se eu fosse uma pessoa muito intima dele. Eu me sinto muito feliz porque imitando Roberto Carlos eu acabo pegando uma energia muito boa de seu púbico. Eu adoro fazer supermercado, mas não posso mais ir porque sempre me pedem para imitar o Rei. É muito comum, também, ouvir frases do tipo “são muitas emoções, não é Fafy?”

* Como você conheceu o Grupo Um Milhão de Amigos?
"FS" – Em 1997, um sujeito chamado Lázaro Martins lançou um livro falando do Roberto Carlos como se fosse uma auto-biografia, já que se chama “Roberto Carlos por ele mesmo”. Ele me mandou uma correspondência dizendo que tinha um fã-clube do Roberto Carlos, e eu falei isso numa entrevista. A Vera Marchisiello ouviu a entrevista e me mandou uma carta esclarecendo quem era o Lázaro Martins e o problema que tinha havido relacionado a esse livro. Eu entrei logo em contato com a Vera dizendo que não sabia quem ele era e que fazia questão de entrar para o Grupo Um Milhão de Amigos, o fã clube recomendado pelo Roberto Carlos, e recebi logo a carteirinha e uma foto super bonita do Roberto. Nessa noite em que conversamos falamos muito sobre o nosso amor por Roberto Carlos, conversamos horas seguidas, mas foi muito bom. Fico feliz por agora ser entrevista para o Jornal Roberto Carlos.

* Queríamos até lhe agradecer em público por você ter falado do Grupo Um Milhão de Amigos de forma tão carinhosa no programa da Ana Maria Braga relativo ao aniversário do Roberto. Houve uma grande repercussão, muito positiva.
"FS" – Foi o maior prazer. Eu compartilho do carinho que vocês têm por Roberto Carlos.

* Se você tivesse que fazer um pedido para o Roberto Carlos, qual seria?
"FS" – Pô, bicho, grave uma música minha, independente do dinheiro. A minha preocupação não é essa, o dinheiro eu até dou para uma instituição de caridade. O que eu quero é ter uma música gravada pelo Rei. O que mais gosto de fazer é música, já tive músicas gravadas por Joanna, Xuxa, Renato Aragão, Sandra de Sá Sandy & Júnior, mas ter uma música gravada pelo Roberto seria o máximo!

* Se você tivesse que dizer algo para o Roberto, o que seria?
"FS" – Roberto, eu sei que você ainda está guardando o seu coração. Mas eu espero, sinceramente, que no futuro você encontre um grande amor, porque você é um cara que tem muito amor para dar, e peço a Deus que quando seu coração estiver preparado você encontre uma outra mulher que divida esse amor com vocês.

* Como você define Roberto Carlos?
"FS" – Roberto é o grande amigo de fé e o grande irmão camarada. Ele é o amigo de todos, um cara que todo mundo queria ter na família.

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