ROBERTO CARLOS
Transcrição: Carlos Eduardo F.Bittencourt para o
Grupo Um Milhão de Amigos

maio / 1990




Em maio de 1990, Roberto Carlos foi à França cantar para a colônia portuguesa daquele país.
Antes, passando por Los Angeles onde terminava seu disco,
falou à Rádio Alfa, em entrevista por telefone.

* Como está a sua expectativa para o show que irá fazer em Paris?
"RC" – Para mim é sempre um prazer ir a Paris. Eu já estive duas vezes participando do Festival Midem, em Cannes, mas nunca estive profissionalmente cantando em Paris ao vivo, a não ser em um programa de televisão. Então estou achando muito boa essa ida para fazer esse show para os nossos amigos portugueses e quem sabe para alguns franceses que estarão presentes. Estou muito contente com essa viagem e muito entusiasmado com esse show.

* Você acha que esse show pode lhe abrir as portas do mercado francês?
"RC" – Eu estou pensando em fazer um disco em francês e um em italiano. Para o italiano inclusive já estou começando a agendar as datas que preciso para entrar no estúdio. Agora, o disco em francês eu estou ainda planejando, mas provavelmente ele deve ser lançado nos próximos dois anos. Em 82 eu gravei quatro músicas em francês e desde aquela época que fiquei de fazer um disco todo em francês. Agora eu acho que ele sai.

* O que você sente quando está no palco?
"RC" – Para mim o palco é um lugar importantíssimo, ele tem uma importância enorme da minha vida pessoal e artística. Enfim, em todos os sentidos o palco é muito importante para mim. E quando estou lá em cima eu gosto sempre de dialogar com o público, sentir esse público, dizer a ele as coisas que eu penso e que sinto, e sentir o retorno nos olhares, nos sorrisos, nas manifestações, nos aplausos. Até mesmo nas demonstrações faladas do público porque sempre alguém diz alguma coisa. Para mim, o show é sempre um diálogo que mantenho com a platéia, são coisas que falo e que canto. Quando estou no palco eu me sinto sempre entre amigos e realmente eu desfruto desse amor, desse momento importante em que tenho essa conversa com as pessoas. Para mim é um momento cheio de amor e de emoção.

* Há muito tempo você grava mensagens em seus discos, e agora você está cantando “Amazônia”. Qual é o amor mais profundo para você: o amor da natureza ou o amor humano?
"RC" – Eu acho que todo o amor é importantíssimo e a gente tem sempre que colocá-lo em tudo o que se faz e em tudo o que se pensa, e a minha preocupação com a ecologia sempre é muito grande. Já há algum tempo venho fazendo canções defendendo a ecologia, mas as mensagens que tenho colocado em meus discos não são só de amor à natureza. Eu tenho também me preocupado muito com a questão religiosa e espiritual, que para mim é muito importante, e tenho tentado passar através da minha música o que eu sinto em relação a Cristo, em relação ao amor em todos os sentidos e, graças a Deus tenho conseguido fazer algumas músicas como “Jesus Cristo”, “Ele está pra chegar”, “Apocalipse” que fiz há pouco tempo. Mas sobre a “Amazônia”, acho que não é uma preocupação só minha, mas do mundo inteiro. A Amazônia faz parte do equilíbrio do clima, da atmosfera, de uma série de coisas do planeta Terra. Então, partindo dessa preocupação foi que fiz essa música. Fico contente de esse disco já ter sido lançado na França.

* Os seus shows mostram a sua vida?
"RC" – Eu acho que tudo da minha vida está um pouco na minha música, isso porque sempre escrevo minhas canções com meu amigo Erasmo partindo dos momentos que eu vivo ou do que estou sentindo em determinada época. Tudo que eu tenho vivido tem estado no que eu canto, e mais as coisas que a gente pode dizer e comentar durante os shows. Eu costumo dizer que eu sou exatamente o que eu canto, me considero romântico e gosto de falar desse romantismo através do que canto.

* Quantos músicos vão te acompanhar no palco?
"RC" – Somos 18; 16 músicos, o maestro e eu, que também faço parte dessa orquestra.

* Sabemos que você está aí em Los Angeles gravando. Pode adiantar o nome do próximo LP?
"RC" – Agora estou gravando um LP em espanhol. Esse disco terá cinco músicas desse LP que tem “Amazônia” traduzidas para o espanhol, e mais cinco originalmente feitas pelo Roberto Livi. Estamos já em fase de colocar a voz, e a voz desse disco eu irei colocar no Brasil e depois retorno aos Estados Unidos para a mixagem. Mas esse disco ainda não tem um nome escolhido porque no Brasil eu não ponho nome nos meus discos; se chamam somente Roberto Carlos. Agora, no mercado hispânico eu tenho colocado nome ultimamente, mas eu ainda não sei como irá se chamar. Mas é basicamente o disco que tem “Amazônia” em português.

* Para terminar, qual a mensagem que você manda para a comunidade portuguesa em Paris?
"RC" – A minha mensagem é sobretudo de agradecimento por esse carinho, por esse amor, por essas coisas bonitas que eu tenho recebido dos portugueses de Paris e de todos os lugares onde estão os portugueses. Todas as vezes que vou a Portugal tenho recebido uma manifestação de amor muito grande que me deixa muito feliz. Cada vez que vou lá, ou a algum país cantar para os portugueses, como o Canadá, por exemplo, sempre trago de lá muitas alegrias, sempre fico contente e vivo emoções muito bonitas e muito cheias de amor. Então quero agradecer a todos e falar do meu entusiasmo de estar com vocês daqui a poucos dias. Muito obrigado a todos, um grande abraço e que Deus abençoe a todos.

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